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O que é Mainframe e por que ainda é usado em bancos e governos

Mainframe é um tipo de computador de grande porte, projetado para processar enormes volumes de dados e realizar milhares de operações simultâneas, sendo o “cérebro central” de muitos sistemas bancários e governamentais até hoje. Robustez, confiabilidade e segurança são marcas registradas desses gigantes tecnológicos, que diferem dos servidores tradicionais por suportarem missão crítica com taxas mínimas de falha.

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Você já se perguntou como grandes bancos ou órgãos públicos conseguem atender milhões de pessoas, realizar transações instantâneas e manter serviços 24/7 sem sofrer panes catastróficas? A resposta, em grande parte, está nos mainframes. Mesmo em tempos de nuvem e microserviços, eles seguem essenciais onde estabilidade e processamento ininterrupto são fatores de sobrevivência para instituições.

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Por dentro do Mainframe: O que torna esses sistemas únicos?

O que é Mainframe

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Como nasceu (e evoluiu) o mainframe

A história dos mainframes começou na década de 1950, quando empresas e governos precisavam de máquinas confiáveis para executar cálculos complexos, controlar folhas de pagamento e processar grandes bancos de dados. Naquela época, computadores como o IBM System/360 já eram tratados como tecnologia “de outro mundo”, capazes de transformar negócios inteiros.

Com a chegada do PC e dos servidores, muita gente apostou no fim dos mainframes. Mas, como no melhor estilo dos filmes de ação, eles sobreviveram e se reinventaram — ganhando ainda mais potência, integração com a internet, virtualização e sistemas de segurança quase impenetráveis.

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Principais características dos mainframes

  • Alta disponibilidade: funcionam ininterruptamente, com taxas de funcionamento superiores a 99,999% do tempo. Uma década sem desligar? Eles conseguem.
  • Capacidade de processamento: suportam milhões de transações por segundo, essenciais para processar pagamentos instantâneos e dados críticos sem engasgos.
  • Escalabilidade: facilmente adaptáveis para atender ao crescimento exponencial de usuários sem perder desempenho.
  • Segurança: sistemas de criptografia, múltiplos níveis de autenticação e isolamento de falhas — é como um cofre-forte digital para dados sensíveis.
  • Grande longevidade: muitos mainframes seguem ativos e relevantes por décadas, com upgrades e manutenção pontuais.

Pense no mainframe como um “motor V12” para TI: enquanto servidores comuns operam como carros populares, eficientes mas limitados, o mainframe entrega performance de Fórmula 1 para as grandes ligas. Eles continuam sendo a espinha dorsal de operações que não podem parar ou falhar.

Para que serve o mainframe na prática?

Missão crítica: exemplos do dia a dia

Só no Brasil, bancos como Banco do Brasil, Caixa e Itaú utilizam mainframes para processar TEDs, DOCs, PIX, pagamentos e extratos em tempo real. Cada vez que você faz um saque ou consulta o saldo, há uma boa chance de um mainframe estar nos bastidores garantindo que tudo aconteça em milissegundos, sem margens para pane.

E governo? Cadastro de benefícios sociais, controle de impostos, sistemas de folha de pagamento e emissão de documentos: milhares de processos dependem desses “supercomputadores invisíveis” rodando silenciosamente.

Outros cenários comuns de uso:

  • Sistemas de reservas em companhias aéreas: check-in, compra de bilhetes e atualização de voos
  • Processamento de grandes volumes de dados em empresas de telecomunicações
  • Gestão de estoques e logística em multinacionais
  • Sistemas de pagamentos globais e transações financeiras internacionais

Por que não trocar por tecnologias mais modernas?

O mundo da tecnologia está sempre buscando “o novo”. Por que então bancos e governos ainda apostam forte em mainframes? Por uma combinação de fatores:

  • Estabilidade inigualável: a chance de falha sistêmica é drasticamente menor que em servidores convencionais.
  • Custo de transição elevado: migrar milhares de sistemas legados para a nuvem não é tarefa simples (nem barata), e corre-se o risco de perder confiabilidade pelo caminho.
  • Suporte a sistemas antigos: muitos aplicativos críticos foram desenvolvidos há décadas e funcionam exclusivamente em mainframes.
  • Regulamentação e compliance: setores como finanças e governo exigem padrões restritos de segurança de dados, facilmente atendidos por mainframes.

É como comparar a troca de um cofre de banco por uma caixa de sapatos com cadeado: faz sentido no papel, mas a segurança não é nem de longe a mesma.

Curiosidades e dicas para entusiastas

  • A IBM domina mais de 90% do mercado mundial de mainframes, principalmente com a linha zSeries.
  • Quer conhecer? Muitas universidades e empresas oferecem simuladores online para estudo e experimentação de mainframes.
  • Mainframes modernos já utilizam processadores semelhantes a chips de servidores, mas sua arquitetura interna continua sendo um segredo bem guardado.
  • Enquanto um mainframe tipicamente ocupa racks inteiros e consome energia de uma casa pequena, seu custo operacional por transação costuma ser menor que o de servidores comuns em larga escala.
  • Com o avanço das APIs e containers, já é possível integrar mainframes a aplicativos mobile, tornando-os compatíveis com o universo dos smartphones.
  • Entre os sistemas operacionais mais usados em mainframes estão o z/OS, Linux on Z e o antigo VM.

Mainframe & dispositivos móveis: tem relação?

O segredo por trás da bancarização digital, apps de banco, carteiras virtuais e sistemas de pagamento está em grande parte nos mainframes. Enquanto seu smartphone é responsável pela interface e recursos visuais, é no mainframe que acontecem as operações que trazem solidez ao sistema financeiro. Quando você faz um pagamento no app, pode agradecer ao mainframe por garantir que tudo aconteça rápido e sem “bugs do além”.

Se sua curiosidade foi atiçada e você quer dominar a linguagem tech dos bastidores ou transformar sua relação com a tecnologia, aproveite para navegar por nossos outros conteúdos. Quem sabe você não encontra o próximo “superpoder escondido” dos dispositivos que usa todo dia?